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Ficámos agradavelmente surpreendidos com a recente “projecção” da Franqueada ao ser inesperadamente catapultada para as prestigiadas páginas do jornal da Grande Gente Louletana. Que se saiba, não se falava deste sítio, nem para o mal (o que é bom sinal) nem para o bem, talvez por não lhe conhecermos filhos ilustres actuais ou ancestrais. Apenas víamos este nome escrito na placa toponímica colocada junto à ponte da ribeira de Carcavai, outrora ponto de passagem obrigatória, mas livre (talvez daí a designação Franqueada?) para quem se deslocava de Loulé para Quarteira, Vale Judeu e outros arredores.
“Olhinhos” parece-nos uma boa malha, mas é necessário tê-los para olhar e sobretudo para ver. Ver o que por lá se faz, desde as alfarrobas roubadas pelos ciganos engravatados (que não são de lá), aos assaltos e maus tratos a idosos que vivem isolados, perpetrados por cadastrados e foragidos que tb não são de lá, ou até mesmo o “assalto” às terras dos legítimos proprietários feito pelos senhores do Instituto de Estradas de Portugal (ex-JAE), que também não é de lá, para no futuro vir a ser construída a variante à EN 396 que ligará Loulé a Quarteira (obra sem dúvida necessária que só peca por tardia). É que estes senhores, que não são ciganos nem assaltam residências, conseguem deixar todos os proprietários descontentes ao pretenderem pagar as parcelas expropriadas a preços ridículos, muito inferiores aos valores reais.
A propósito desta via, que se pretende seja rápida, imagine-se onde é que vai desembocar. Precisamente no sítio do Semino, passando por cima da nora do João Mendonça, nas Duas Sentinelas, não sabemos se derrubando ou não os dois pinheiros que lhe dão o nome. A partir daí, nos 4 ou 5 Kms até Quarteira, o trânsito será afunilado, pasme-se, na actual EN396, da qual se pretendia que a nova obra fosse alternativa (variante). Tanto quanto a nossa memória alcança, a estrada actual não é alargada pelo menos há uns 50 anos, altura em que a Toca do Coelho ficava fora de Quarteira, a Vilamoura se chamava Quinta de Quarteira ou do Fialho (onde se produzia a tal batata doce que os rendeiros iam vender aos Sábados à vila), ou quando aquelas estradas eram predominantemente utilizadas por carros de mula e, de vez em quando, por alguns bólides como o carro de praça do “Vamos Andando” ou do Floro.
A centralização das decisões do Estado tem destas coisas. À falta de uma regionalização, que no caso do Algarve seria geográfica e universalmente consensual, parece impor-se aqui uma urgente descentralização e maior intervenção dos poderes locais nas tomadas de decisão que envolvem os projectos estruturantes para a Região, para acabar de vez com as gritantes provocações à inteligência e à paciência dos algarvios.
Força para os “olhinhos da Franqueada” e uma palavra de estímulo e agradecimento à “Espécie Genuína” pelos excelentes textos, notícias e informações úteis a que já nos habituou. Parabéns e longa vida para a Grande Gente Louletana.»
18 de novembro de 2004
Dos Louletanos. Há polémica na Franqueada!
Como resposta a Olhinhos, de um Louletano da Franqueada (identificado e pertence à Grande Gente) recebemos o seguinte texto que a Câmara Municipal de Loulé e o Instituto de Estradas podem ler sem pagar franquia...
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